sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE

Gersely Sales


É possível se sentir só?
É possível se sentir acompanhado?
É possível estar só e acompanhado?
Mas é assim que me sinto.
SÓ,
Mas acompanhada.
Acompanhada, mas
SÓ.

Veronika, me chame de Véronique.
Véronique, me chame de Veronika.
- Quem?
- Não sei...
Sinto-me assim, única e dupla.

Os amores da vida não estão sendo válidos.
Quero me descobrir, me conhecer, me completar.
Viajar o mundo e encantá-lo com a música.
Dois sentimentos que se transformam em um
Mutuamente se completando.

Chegando ao auge do sucesso,
Sinto sua ausência.
Sinto que não sou mais o que era antes.
Que algo está incompleto, e que meu outro eu se distancia.
O que fazer agora?
A vida não está com o mesmo sentido de antes.
Não há sentido na música,
Os acordes não são mais os mesmos.

Procuro alguém que preencha o vazio,
Vazio que antes não existia.
Em meio a cartas te descubro.
Entendo-te.
Surpreendo-me.
Estranho-te.
Confronto-me.

- Veronikas?
- Como assim?
Mas agora entendo.
O vazio
...
Aquele vazio que antes não existia.
A PERDA.
A VIDA.
A eternidade se auto-explica.

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